Médicos detectam Parkinson pela saliva do paciente

Após analisarem a presença de proteínas anormais na saliva de 11 pacientes com Parkinson, pesquisadores detectaram a doença em nove deles

 

Pesquisadores americanos estão desenvolvendo uma forma de diagnosticar a doença de Parkinson por meio da análise da saliva dos pacientes. Segundo os especialistas, isso é possível pois as glândulas salivares de pessoas que sofrem do problema contêm proteínas anormais associadas ao Parkinson, o que pode tornar possível “um diagnóstico muito mais preciso para a doença do que os disponíveis atualmente”, afirmam eles.

O primeiro teste envolvendo a técnica foi feito pela Clínica Mayo em parceria com o Instituto de Pesquisa em Saúde Banner Sun, ambos nos Estados Unidos. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira pela Academia Americana de Neurologia e serão apresentados em março, quando acontecerá o encontro anual da entidade.

Ainda não existe um teste que faça um diagnóstico preciso da doença de Parkinson. Geralmente, a detecção da doença é feita na consulta clínica, quando os pacientes relatam o surgimento e o progresso de sintomas relacionados à condição, como alterações do sono e do olfato e problemas motores, principalmente rigidez muscular e tremores. Exames de imagens, como o ultrassom transcraniano, podem auxiliar o médico quando há dúvidas sobre a presença do Parkinson. O diagnóstico também pode ser feito por exclusão de outras doenças.

 

Segundo Charles Adler, neurologista da Clínica Mayo e coordenador desse novo estudo, autópsias realizadas anteriormente em pacientes com Parkinson permitiram que os médicos identificassem que proteínas anormais associadas à doença são “consistentemente encontradas nas glândulas salivares submandibulares, que ficam sob a mandíbula inferior”. No entanto, ainda de acordo com Adler, essa é a primeira vez que uma pesquisa mostra a possibilidade de utilizar essas glândulas para fazer o diagnóstico de Parkinson em pacientes que vivem com a doença. “Fazer o diagnóstico em pacientes vivos é um grande passo adiante em nossos esforços para tratar melhor os pacientes.”

Teste — Para testar a técnica, a equipe de Charles Adler selecionou 15 pacientes com uma média de 68 anos de idade que tinham a doença de Parkinson há, ao menos, 12 anos. Todos esses indivíduos faziam tratamento para a doença e respondiam bem aos medicamentos. Os pesquisadores realizaram biópsias de glândula salivar submandibular e de glândula salivar menor (no lábio inferior) e, então, examinaram a presença das proteínas anormais relacionadas ao Parkinson.

Essa análise foi possível em 11 dos 15 participantes, pois somente eles tinham “tecido suficiente para ser examinado”. Segundo os resultados, o teste da saliva detectou a doença de Parkinson em nove desses 11 pacientes, e a eficácia do procedimento foi maior quando examinadas as glândulas salivares submandibulares do que quando estudadas as glândulas menores. “Essa descoberta pode ser de grande utilidade quando é necessária uma prova definitiva da doença de Parkinson, especialmente nos momentos em que se considera a execução de procedimentos invasivos, como a cirurgia de estimulação cerebral profunda ou a terapia genética”, diz Andler.

Revista VEJA.


Cientistas detectam mal de Alzheimer antes dos sintomas aparecerem

BBCPacientes com tendência a Alzheimer possuíam níveis anormais de uma proteína no cérebro.

Pacientes com tendência a Alzheimer possuíam níveis anormais de uma proteína no cérebro.

Um grupo de cientistas americanos desenvolveu uma técnica para detectar sinais do mal de Alzheimer 25 anos antes da doença apresentar seus primeiros sintomas.

A pesquisa é a porta de entrada para novos tipos de tratamentos precoces que podem se tornar a melhor chance da medicina para combater a enfermidade.

Os cientistas, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, selecionaram para o estudo pacientes britânicos, americanos e australianos que possuem risco genético para desenvolver a doença.

Dos 128 pacientes examinados, 50% têm chances de herdar uma das três mutações genéticas conhecidas pela ciência que provocam o mal de Alzheimer.

 O grupo também tem chance aumentada de começar a sofrer da doença a partir dos 30 ou 40 anos – muito mais cedo que a maioria dos pacientes de Alzheimer, que desenvolvem o mal na casa dos 60 anos.

Os pesquisadores analisaram os pais dos pacientes para descobrir com que idades eles haviam desenvolvido a doença. A partir disso começaram a tentar avaliar quanto tempo antes disso era possível detectar os primeiros sinais da enfermidade.

Foram realizados exames de sangue, de líquor (fluído espinhal), de imagens do cérebro e também avaliações de habilidades mentais nos pacientes.

Os pesquisadores descobriram, então, que era possível detectar pequenas mudanças no cérebro de quem possuía alguma das mutações que no futuro levarão ao surgimento do Alzheimer.

Por volta de 15 anos antes do aparecimento da doença, pacientes já apresentavam níveis anormais de uma proteína de células que podem ser encontradas no fluído espinhal.

Além disso, imagens do cérebro revelaram encolhimento em algumas regiões do cérebro desses pacientes.

Dez anos antes dos primeiros sintomas foram detectados problemas de memória e um processamento anormal da glicose no cérebro dos estudados.

Em pacientes que não possuiam as mutações, não foram detectadas alterações nesses marcadores.

Os resultados da pesquisa foram publicados no New England Journal of Medicine.

“Essa importante pesquisa mostra que mudanças-chaves no cérebro, relacionadas à transmissão genética da doença acontecem décadas antes do aparecimento dos sintomas. Isso pode gerar grandes implicações para o diagnóstico e o tratamento no futuro”, afirmou Clive Ballard, diretor de pesquisa da Sociedade de Alzheimer.

“Os resultados de pacientes com Alzheimer herdado por fatores genéticos parecem similares às mudanças provocadas em casos não-genéticos, na forma comum da doença”, disse Eric Karran, diretor de pesquisa da Sociedade Britânica do Alzheimer.

“É provável que qualquer novo tratamento para Alzheimer deverá ser começado mais cedo para ter a melhor chance de sucesso”.

“A habilidade para detectar os primeiros estágios da doença de Alzheimer não só permite que as pessoas planejem e tenham acesso aos cuidados e tratamentos existentes mais cedo, mas também permitirá que novas drogas sejam testadas nas pessoas certas, na hora certa”.

BBC Brasil.


Exame de sangue pode detectar mal de Parkinson

Pesquisadores da Universidade de Lancaster afirmam que baixos níveis de uma proteína no sangue pode ser um indicador precoce da doença

ALEXANDRE DE MELO

Não existe um teste específico para identificar o mal de Parkinson, doença neurológica que afeta os movimentos. O diagnóstico é feito pela exclusão de outras doenças. Um novo estudo, realizado por cientistas do Reino Unido, pode dar pistas sobre como detectar o Parkinson nos estágios iniciais da doença. Os pesquisadores perceberam que baixos níveis no sangue de uma proteína chamada alfa-sinucleína fosforilada (PAS) estão relacionados ao aparecimento da doença.

A equipe da Universidade Lancaster, liderada pelo biomédico David Allsop, estudou um grupo de pessoas com Parkinson e um outro grupo com pessoas saudáveis da mesma idade. O estudo, publicado no jornal da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental, mostrou que o grupo com a doença de Parkinson apresentou altos níveis da substância PAS no sangue. “Um exame de sangue para a doença de Parkinson significa saber se uma pessoa tem risco de desenvolver a doença antes que os sintomas comecem”, afirma Allsop. Por enquanto, o teste é só uma ideia. Outros estudos precisam replicar os resultados encontrados pelos pesquisadores britânicos e parâmetros sobre os níveis da proteína precisam ser determinados.

O distúrbio se desenvolve quando neurônios da área do cérebro denominada substância negra (ou substância nigra) morrem ou deixam de funcionar. Essa região do cérebro produz uma substância chamada dopamina, que é um importante mensageiro químico, ou neurotransmissor. A doença de Parkinson costuma aparecer em maior número em pessoas acima de 50 anos. Os sintomas mais comuns são tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos, desequilíbrio, além de alterar a fala e a escrita. O Mal de Parkinson foi descrito pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.

Milhões de pessoas ao sofrem com a mal de Parkinson. No final de sua vida o papa João Paulo II mostrou desenvolvimento lento e progressivo da doença. O ex-lutador Muhammad Ali e o ator Michael J. Fox também sofrem de Parkinson. No Brasil, segundo estimativas da Associação Brasileira de Parkinson, existem 200 mil pessoas com a doença.

Compartilhado: Globo.com, Época.


Exame de sangue pode revelar depressão

 

O teste também é o primeiro a identificar os subtipos da depressão

Cientistas da Universidade Northwestern, dos EUA, desenvolveram um exame de sangue capaz de diagnosticar a depressão em adolescentes. O teste pioneiro chega a esse resultado ao medir um conjunto específico de características encontradas no sangue do paciente.

O método atual de diagnóstico da depressão se baseia na capacidade do paciente em relatar sintomas e na capacidade do próprio médico em interpretá-las.

Diagnosticar adolescentes vem sendo uma preocupação urgente da medicina, porque eles se mostram muito vulneráveis à doença, mas seu diagnóstico tende a ser difícil de ser feito justamente porque as mudanças de humor nessa fase são bastante comuns.

O teste também é o primeiro a identificar os subtipos da depressão. Essa é a primeira evidência de que é possível diagnosticar subtipos de depressão a partir do sangue.

Adolescentes que têm a doença, mas não são tratados, correm mais risco de abusar de drogas, de viverem em situação de desajuste social, além de ficarem mais suscetíveis a cometer suicídio, de sofrer de outras doenças.

Compartilhado: Gazetaonline.