Dá pra tratar enxaqueca sem tomar comprimido?

São diversas as linhagens de tratamento para uma paciente com enxaqueca, a depender do caso. Desde a utilização de fármacos orais de uso diário, até opções como toxina botulínica terapêutica, bloqueios anestésicos de nervos cranianos ou mesmo a utilização de dispositivos de neuromodulação periférica como o Cefaly. Muitos pacientes também apresentam boa evolução clínica com algumas correções de hábitos alimentares. O fato é que atualmente as opções terapêuticas são cada vez maiores e mais eficientes, fazendo com que os pacientes prefiram evitar a utilização de fármacos orais neurológicos, frequentemente de linhagem antidepressiva ou anticonvulsivante, cuja utilização pode vir associada de efeitos colaterais indesejáveis como oscilação do sono, diminuição da concentração ou variações de peso. Desta forma, individualizando o tratamento ao perfil clínico do paciente, é possível sim tratar enxaqueca sem a necessidade de tomar remédio todo dia, oferecendo bom controle da dor e melhor qualidade de vida ao paciente.

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O que são as Demências Reversíveis?

Doenças demenciantes, demências reversíveis, pseudo-demências. Do que se trata? Estas expressões se referem a estados clínicos neurológicos que podem se apresentar com expressiva deterioração cognitiva (perda de atenção, memória, concentração), mas que, ao contrário das demências neurodegenerativas (como a Doenças de Alzheimer), podem ser revertidas e até curadas. Eis algumas delas:
👉 Depressão: Essa é a mais comum. É muito frequente pacientes com quadro depressivo se queixarem de perda de memória. Porém a escolha adequada da medicação antidepressiva habitualmente reverte o quadro cognitivo e também o estado de humor. Métodos de neuromodulação como a estimulação magnética transcraniana também podem auxiliar.
👉 Hidrocefalia de pressão normal: Também conhecida HPN pode levar a quadro de perda cognitiva, muitas vezes associada a distúrbio de marcha e incontinência urinária. Punções lombares seriadas e principalmente a cirurgia de DVP (derivação ventrículo-peritoneal) costumam resolver a maioria dos casos, sobretudo se a intervenção for precoce.
👉 Encefalopatia tóxico-metabólica: Pode ocorrer em pacientes com doenças clínicas descompensadas, como distúrbios do metabolismo do sódio ou doenças hepáticas. A adequada compensação do quadro clínico se associa à melhora do estado cognitivo.
👉 Hipotireoidismo: A queda do metabolismo tireoidiano pode levar a quadro de lentificação psicotomora e prejuízo cognitivo associado. Faz parte da avaliação cognitiva verificar se os níveis de hormônios tireoidianos estão adequados.
👉 Tumor cerebral: Um tumor cerebral localizado em área relacionada a funções corticais superiores pode provocar sintomas demenciais. Havendo a possibilidade de remoção da lesão, pode-se também reverter o quadro cognitivo associado.
👉 Hipovitaminoses: A carência de vitaminas do grupo B (B12 principalmente) pode levar a quadro neurológico com perda de atenção e declínio cognitivo global. A suplementação de estados carenciais é fundamental nestas situações.
Avaliar o paciente quanto a seu estado clínico e também psíquico é tão importante quanto a avaliação neurológica para o adequado diagnóstico e tratamento das doenças da cognição.

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Opções de tratamento para Doença de Alzheimer

Um pensamento errado porém muito comum é que são poucas as opções de tratamento em paciente com Doença de Alzheimer. Porém algumas informações podem esclarecer que isto não é verdade:
➡ A doença é crônica porém controlável se adequadamente tratada e no momento certo. Ou seja, a intervenção farmacológica precoce estabiliza a progressão da doença ou faz com que a perda cognitiva ocorra de maneira bem mais lenta, mantendo o paciente dentro de seu convívio social e familiar.
➡ As opções farmacológicas são diversas e podem ser utilizadas em várias combinações, com o objetivo de melhorar a fisiologia dos neurotransmissores cerebrais e impedir a deterioração cognitiva.
➡ Estudos clínicos com novas medicações ainda em fase experimental demonstraram supressão das placas beta-amiloide (proteínas patológicas envolvidas na origem da doença) em pacientes com Alzheimer. Ou seja, preservar a cognição hoje pode significar maiores chances de cura ou controle quando novas medicações puderem vir à prática clínica no futuro.
➡ A doença de Alzheimer é uma doença epigenética, o que significa que a expressão de genes patológicos envolvidos na origem da doença depende de exposição a fatores clínicos ou ambientais negativos. Há também fatores de neuroproteção, como escolaridade elevada, aprendizado contínuo e atividade física.
➡ A Doença de Alzheimer é fortemente influenciada por fatores clínicos, como fatores de risco cardiovasculares como o diabetes mellitus, por exemplo. Ou seja, o controle destes fatores diminui a chance da doença ocorrer.
➡ A doença ocorre em maior frequência em pessoas de baixa escolaridade. Ou seja, o aprendizado contínuo é um fator de proteção, mesmo em idosos.
Controlar a doença e manter a cognição: este é o alvo do tratamento. É claro que existem casos refratários, porém tanto a prática clínica quanto a literatura médica demonstram que estabilizar a doença é possível sim. Sobretudo quando o tratamento neurológico vem no tempo certo e aliado ao bom controle de doenças clínicas associadas.

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Uso de toxina botulínica em doenças neurológicas

A grande vantagem de utilizar a toxina botulínica terapêutica no tratamento de doenças neurológicas é que sua utilização é altamente eficaz e os efeitos colaterais são mínimos, na maioria das vezes inexistentes.

A utilização de medicações orais pode trazer efeitos colaterais muitas vezes intoleráveis, fazendo com que a aplicação local do bloqueio neuromuscular analgésico com toxina botulínica seja a indicação mais apropriada.

São diversas as condições médicas na área de neurologia que podem se beneficiar da utilização da toxina botulínica:

👉 Enxaqueca crônica

👉 Blefaroespasmo

👉 Distonia cervical

👉 Cervicalgia

👉 Dor miofascial

👉 Espasticidade

👉 Neuralgia pós-herpética

👉 Neuralgia de nervo trigêmeo

👉 Tremor essencial

👉 Hiperidrose

A utilização do Botox com finalidade terapêutica pode ajudar muito no tratamento de diversas condições médicas, livrando os pacientes de doses elevadas de medicações orais.

Dr. Mauricio Lima Lobato

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Tratamento de Esclerose Múltipla

O tratamento da esclerose múltipla tem 3 pilares:

1. Tratamento profilático, onde o objetivo é diminuir a frequência de crises de desmielinização e o aparecimento de novas lesões na ressonância. Habitualmente, medicações imunomoduladoras são utilizadas.

2. Tratamento das crises (surtos), onde o objetivo é diminuir a inflamação provocada pelas placas de desmielinização. Corticoterapia é o mais utilizado nessas situações.

3. Tratamento complementar: reposição vitamínica, controle da fadiga com medicações e atividade física, e tratamento de condições clínicas associadas são fundamentais para a boa evolução e melhora da qualidade de vida.

É importante ter em mente que a maioria dos pacientes tem boa evolução, ou seja, quando estão fora de crises ficam sem déficits neurológicos ou com sintomas muito discretos.

O diagnóstico é feito principalmente através de ressonância magnética contrastada e exame de líquido cefalorraquidiano (líquor), porém o plano de tratamento depende muito do comportamento clínico da doença no paciente.

Dr. Mauricio Lima Lobato

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Depressão e Alzheimer

A depressão é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer. O estado de humor depressivo é fisiologicamente tóxico para o cérebro, acelerando o processo de perda neuronal e a formação de proteínas patológicas envolvidas na origem do Alzheimer. O mesmo pode ocorrer em relação a outras doenças neurodegenerativas, como a Doença de Parkinson. Tratar a depressão, portanto, é fundamental, independentemente da fase da vida em que ela apareça, e o habitual é associar medicação antidepressiva à psicoterapia e melhora da qualidade de vida (lazer, boa alimentação, esportes). Há um certo preconceito por parte da população em tomar medicação antidepressiva, pois no passado a depressão acabou sendo estigmatizada como falta de vontade e fraqueza individual. Hoje sabemos que o princípio da doença é fisiológico, no qual há um desequilíbrio no funcionamento de neurotransmissores cerebrais. É importante também, principalmente no caso de pacientes com deterioração cognitiva como no caso do Alzheimer, que sejam escolhidos antipressivos adequados a essa condição médica, pois hoje sabemos que uma adequada opção terapêutica pode ajudar a interromper a progressão da demência, além de oferecer benefícios pró-cognitivos e em qualidade de vida a estes pacientes.

Dr. Mauricio Lima Lobato

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Aumento da incidência de AVC em jovens

Muitos estudos clínicos epidemiológicos têm descrito um aumento da incidência de AVC (acidente vascular cerebral) em pacientes jovens na faixa etária dos 18 aos 34 anos, acometendo principalmente mulheres e em áreas urbanas. AVC em jovem sempre foi considerado algo incomum e improvável, porém essa mudança nas estatísticas tem chamado a atenção. As causas desse fenômeno ainda não foram totalmente compreendidas, porém fatores como sedentarismo, poluição atmosférica, aumento da obesidade e diabetes nesta geração, assim como o uso de drogas têm sido aventados como possíveis etiologias. É bom ficar de olho neste diagnóstico antes considerado pouco frequente, além de evitar os fatores que possam colocar os jovens em risco.



Top 5: Cinco hábitos que auxiliam o melhor funcionamento do sistema nervoso

Atividade aeróbica

O papel da atividade física no bom funcionamento dos neurônios, na melhora da circulação encefálica e na manutenção das sinapses cerebrais já é mais que estabelecido. Pacientes idosos com quadro cognitivo (perda de memória e concentração) e que mantiveram uma rotina de exercícios físicos tiveram menos perda de volume cerebral em um período de 10 anos quando comparados a idosos sedentários, em estudos por ressonância magnética com volumetria. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a realização de atividades físicas por 150 minutos por semana como fator de proteção da saúde cerebral e contra outras doenças. Caminhadas, corridas e natação são boas opções.

Dieta com baixo índice glicêmico

Compostos à base de farinha de trigo e açúcar refinado são altamente tóxicos para o cérebro. Isso porque possuem um elevado índice glicêmico, ou seja, elevam muito e rapidamente os níveis de glicose no nosso sangue. Esta condição metabólica favorece a formação de placas beta-amiloide no cérebro e interrompem a fisiologia normal das sinapses, podendo facilitar o desenvolvimento de quadros neurológicos de ordem cognitiva, como doença de Alzheimer, comprometimento cognitivo leve e depressão. Além disso, estes alimentos são inflamatórios, o que significa que podem desencadear uma ativação imunológica sistêmica no corpo, comprometendo estruturas como artérias, músculos e articulações. Opte por alimentos com baixo índice glicêmico.

Dormir bem

As horas de sono são o momento em que damos um tempo para nossos neurônios descansarem, colocando em ordem o equilíbrio neurofisiológico do nosso cérebro, assim como de outros órgãos. Os músculos também descansam e nossa pressão arterial se estabiliza. Neurotransmissores como a dopamina, responsável pela vigília e atenção, são frequentemente produzidos em excesso durante a agitação cotidiana e voltam a seu nível estável nas sinapses durante o sono. O sono irregular ou a insônia, se ocorrerem por tempo prolongado podem provocar fadiga crônica, queixas de ordem cognitiva como baixa concentração, além de transtornos psíquicos associados. Distúrbios do sono estão também correlacionados a maior chance de acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

Leitura

Ler, assim como escrever e ouvir música são verdadeiros “anabolizantes” do bem para o bom funcionamento cerebral. A realização de atividades que envolvam linguagem verbal promovem o aumento de conexões sinápticas no nosso cérebro, aumentando nossa capacidade de reter informações e elevam nossa reserva neuronal cognitiva, que tende a diminuir com a idade. Pessoas com maior grau de instrução em termos de anos de estudo têm uma menor chance desenvolver a doença de Alzheimer, uma das principais causas de perda de memória na população idosa. Leitura de livros de ficção ou mesmo livros didáticos em cursos de idiomas ou de especialização podem ter um impacto muito positivo na manutenção da sua memória ao longo dos anos.

Bem estar psíquico

É muito comum pacientes com quadro de depressão e ansiedade apresentarem sintomas como esquecimentos ou desatenção. Estas duas condições médicas são importantes causas de baixo desempenho cognitivo em adultos jovens. Nosso cérebro é um conjunto de conexões eletroquímicas, nas quais atuam neurotransmissores como dopamina, serotonina, acetilcolina, glutamato e melatonina, entre outros. Fora de seu equilíbrio fisiológico, como em pacientes com depressão, estas moléculas atuam de maneira tóxica para o cérebro, levando a quadros clínicos neurológicos muitas vezes irreversíveis. Pacientes com depressão por longos períodos estão mais predispostos a desenvolver quadros neurológicos neurodegenerativos no futuro. Meditação e atividades de lazer com sua família são potentes estabilizadores do funcionamento de nossos neurotransmissores.

Fique de olho nestes hábitos, melhore sua qualidade de vida e proteja seu cérebro!

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Dr. Maurício Lima Lobato


Reportagem com o Dr. Maurício para a Revista VIP: bons hábitos para preservar sua memória

Acompanhe no link abaixo reportagem com o Dr. Maurício Lima Lobato para a Revista VIP, a respeito dos cuidados que devemos ter para preservar nossa memória ao longo da vida, e em que situações devemos procurar atendimento médico:

http://vip.abril.com.br/saude-fitness/dicas-para-melhorar-sua-memoria/

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Reportagem com o Dr. Maurício sobre Enxaqueca para a Revista ON

Matéria sobre enxaqueca para a Revista ON.

 

 

Leia na íntegra (páginas 94 a 97) clicando no Link abaixo: